Riele Franciscato, coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau (foto: autoria desconhecida)

O indigenismo está em luto! Riele Franciscato morreu defendendo os indígenas isolados, a quem se dedicou em vida! Como coordenador da Frente de Proteção Etnoambiental Uru-Eu-Wau-Wau, Rieli foi ao encontro de isolados que provavelmente se defenderam de ataques e ameaças de não-indígenas, que já aconteciam no local. A morte do sertanista não pode ser vista somente como uma fatalidade, ela é resultado do descaso do governo federal, que desrespeita os direitos indígenas, enfraquece as políticas indigenistas e deixa os povos indígenas isolados ainda em situação de maior vulnerabilidade.

Manifestamos pesar aos familiares e amigos de Riele. O fundador da CPI-Acre, Txai Terri Aquino mandou uma mensagem sobre essa trágica perda:

“A partir de imagens de satélite, Rieli Franciscato foi o primeiro sertanista da Funai a chamar atenção da localização de um novo grupo de índios isolados nas cabeceiras do Igarapé Xinane, afluente da margem esquerda do alto Rio Envira. Fato constatado logo depois pelo sertanista Meirelles, então chefe da Frente de Proteção Etnoambiental Envira (FPEE), em incursões terrestre e sobrevoos realizados naquela região acreana das proximidades da fronteira Brasil-Peru. Chamados de Sapanawa pelos Jaminawa, esse pequeno grupo de índios isolados do Xinane, em 2014, fez contato com os Ashaninka e servidores da FPEE/Funai nas cabeceiras do rio Envira, onde vive hoje em situação de recente contato. Valeu Rieli Franciscato! Vai deixar saudades para seus inúmeros amigos. Haux! Haux!”