O agente agroflorestal indígena Lucas Sales conversando com extrativistas sobre práticas produtivas (Foto: Comunicação/CPI-Acre)

Agentes agroflorestais indígenas (AAFIs) das Terras Indígenas do Jordão e Baixo Jordão e extrativistas da Reserva Extrativista (Resex) Alto Tarauacá compartilharam durante os últimos dias 11, 12 e 13 de abril, modos tradicionais e agroflorestais de plantio na comunidade Boa Vista dentro da Resex Alto Tarauacá, no município de Jordão.

A oficina de práticas produtivas que foi ministrada pelos AAFIs é um desdobramento do encontro realizado no final de 2018, na aldeia São Joaquim na TI Baixo Jordão. Na ocasião, representantes das comunidades huni kuĩ das Terras Indígenas Kaxinawá do Rio Jordão, Baixo Rio Jordão, Seringal Independência e moradores da Reserva Extrativista Alto Tarauacá redigiram o documento “Acordos de gestão integrada para a garantia do nosso futuro”, resultado da oficina “Gestão Territorial e Ambiental das Áreas Naturais Protegidas do município do Jordão”, promovida pela Comissão Pró-Índio Acre (CPI-Acre) por meio do projeto Corredor Socioambiental Alto Juruá-Purus.

“Eles são nossos vizinhos e há muito tempo conversamos sobre a realização dessa oficina. Durante os três dias trabalhamos no viveiro com sementeiras, produção e repicagem de mudas, fizemos plantios definitivos, adubação com materiais orgânicos e ensinamos técnicas de podas. Eles gostaram muito e pediram para dar continuidade nesse trabalho”, explica Lucas Sales Kaxinawá, Agente Agroflorestal do povo huni kuῖ.

Dessa vez, os participantes firmaram novos acordos de gestão integrada e definiram um plano de atividades para 2019. A oficina na comunidade Boa Vista foi uma articulação conjunta da Associação dos Agentes Agroflorestais Indígenas (AMAAIAC), a Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio) e Associação de Seringueiros e Agricultores da Reserva Extrativista Alto Tarauacá (ASARET) e a Associação dos Seringueiros Kaxinawá do Rio Jordão (ASKARJ).

O Corredor Socioambiental Alto Juruá – Purus empenha-se na constituição de uma rede de articulação interinstitucional e o desenvolvimento de ações que promovam o diálogo e a troca de informações entre populações locais, órgãos governamentais e instituições não governamentais para a criação de estratégias coordenadas de gestão territorial e ambiental, promoção de direitos e participação em políticas públicas. (Comunicação/CPI-Acre)