Se passaram duas semanas que a sede administrativa da CPI-Acre foi alvo de uma ação criminosa. Bandidos roubaram uma moto (placa QLX 0259) utilizada em serviços gerais; drones e diversos equipamentos (smartphones, notebooks, câmeras fotográficas, data show) que iriam para os indígenas, em suas terras, para uso direto nas ações de monitoramento do desmatamento e queimadas, dando continuidade a formação já iniciada em 2019 para o uso destes equipamentos no combate a incêndios.
Criada em fevereiro de 1979, a CPI-Acre tem a missão de apoiar os povos indígenas do Acre em algumas de suas lutas pela conquista e pelo exercício de seus direitos coletivos, territoriais, linguísticos, socioculturais. Ao lado de lideranças indígenas consolidou o conceito de autoria, respeitando os princípios da participação, protagonismo, autonomia dos povos indígenas.
É ampla a experiência da instituição em ações de educação, gestão ambiental e territorial, apoio a iniciativas de fortalecimento de culturas e línguas indígenas, pesquisa indígena, formação de lideranças, política transfronteiriça, áreas de atuação em que contribuiu com a definição e implementação de algumas políticas públicas no Brasil.
Criou o Centro de Formação dos Povos da Floresta (CFPF), a primeira escola de formação de indígenas no Acre e no Brasil. A aprovação do currículo dos Agentes Agroflorestais Indígenas (AAFI) é a primeira iniciativa no Brasil de educação técnica e profissional na gestão da terra para os povos indígenas, sob a responsabilidade e autoria de uma ONG.
A CPI-Acre tem sólida parceria com os povos Ashaninka, Huni Kuĩ, Katukina, Manxineru, Nukini, Puyanawa, Shawãdawa, Shanenawa, Yawanawa e com outros diferentes parceiros. Tem histórico de trabalho contínuo, com comprovada relevância e qualidade no indigenismo, construído com muito esforço, passo a passo, projeto a projeto, que agora está prejudicado pela ação de bandidos.
Continuamos confiando nas instituições de segurança pública do estado do Acre para dar celeridade a investigação, chegar aos criminosos e recuperar os equipamentos roubados. As respostas e a segurança plena que almejamos são fundamentais para nosso trabalho e para toda a sociedade acreana.