No último dia 22, a Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre) participou do Encontro de Gestores da Coordenação Regional 7 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no hotel Nobile Suítes Gran Lumni, em Rio Branco (Acre). Na ocasião o assessor e técnico em geoprocessamento da CPI-Acre, José Frank de Melo Silva, apresentou o projeto “Corredor Socioambiental Alto Juruá – Purus: Conservação de florestas e promoção de direitos dos povos indígenas e tradicionais”, apoiada pela Rainforest Foundation Norway (RFN).
O projeto Corredor abrange duas principais bacias hidrográficas do Acre – Juruá e Purus, e tem como foco áreas de alta sociobiodiversidade, sendo 7 Unidades de Conservação (UCs) e 18 Terras Indígenas (TIs) na faixa de fronteira com o Peru. “Estas terras indígenas e unidades de conservação formam um grande mosaico de floresta protegida. A proposta é aproximar o diálogo entre os atores locais, uma população de cerca de 30 mil pessoas, entre indígenas do lado brasileiro e peruano e comunidades extrativistas” explica Frank.
Após a apresentação, o chefe da Reserva Extrativista (Resex) Alto Juruá, José Domingos Garcia Inácio, falou sobre a experiência com os indígenas que moram na Resex, próximos aos limites da TI Kaxinawá Ashaninka do Rio Breu. “Já temos um trabalho em conjunto naquela área, e observamos que os indígenas protegem mesmo o território, eles põem em prática o que aprendem no curso de Agente Agroflorestal Indígena”, conta Domingos.
Além da CPI-Acre, também fizeram apresentações o World Wide Fund for Nature (WWF), Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), SOS Amazônia e Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB). “Convidamos essas instituições parceiras para apresentar projetos que envolvam as Unidades de Conservação federais do Acre e sul do Amazonas, para que estes gestores [do ICMBio] conheçam esses projetos”, explica Tiago Juruá, Analista Ambiental ICMBio que coordenou o encontro,
Rede de articulação
O principal objetivo do Corredor Socioambiental é a constituição de uma rede de articulação interinstitucional e o desenvolvimento de ações que promovam o diálogo, a troca de informações e capacidades entre as populações locais, os órgãos governamentais e instituições não governamentais parceiras, para estratégias coordenadas de gestão territorial e ambiental e promoção de direitos e participação em políticas públicas. Com isso, pretende-se criar estratégias coordenadas de gestão territorial e ambiental, promoção de direitos e participação em políticas públicas.