Liderança política da aldeia Shane Kaya, Edina Shanenawa (esq.) com Luiza Shanenawa (foto: Leilane Marinho)

Agentes agroflorestais indígenas (AAFIs), professores, agentes indígenas de saúde e de saneamento, lideranças e parteiras da Terra Indígena (TI) Katukina/Kaxinawá se reuniram durante dez dias (16 a 26 de setembro) na aldeia Shane Kaya para monitorar a implementação do Plano de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) da TI, na “Oficina de Gestão Ambiental e Territorial e Manejo de Resíduos Sólidos”.

A ação que reuniu cerca de 60 indígenas, faz parte do projeto “Experiência Indígenas em Gestão Territorial e Ambiental no Acre”, apoiado pelo Fundo Amazônia/ BNDES e executado pela Comissão Pró-Índio do Acre (CPI-Acre) em parceria com a Associação do Movimento de Agentes Agroflorestais Indígenas do Acre (AMAAIAC) e as associações indígenas das oito TI no Acre inseridas no projeto.

Em colaboração com a Associação do Povo Shanenawa da Aldeia Shane Kaya, a oficina foi ministrada pela assessora técnica da CPI-Acre, a engenheira agrônoma Josy Pinheiro, e pelo AAFI e assessor indígena do projeto Experiências, Ismael Siã Brandão Shanenawa. Estiveram presentes povos Shanenawa e Huni Kuĩ das treze aldeias da TI Katukina/Kaxinawá, e do povo Yawanawá o AAFI em intercâmbio Sandi Yawanawá, da aldeia Yawarani, TI Rio Gregório.

“Foram 21 aldeias reunidas e pudemos conhecer o que cada comunidade está fazendo com plano de gestão da terra indígena. Reforçamos nossos objetivos de refúgio de animais e preservação, conversamos sobre cuidar bem da aldeia e do nosso território. Nós temos muitos problemas com fogo no entorno e invasão de caçadores, todos essas ameaças foram relatadas pelos parentes. Deu para esclarecer bem nosso trabalho e mostrar para a juventude a importância do PGTA”, conta Ismael Siã.

A oficina foi dedicada ao estudo do PGTA, momento em que os indígenas levantaram questões sobre os processos de implementação do plano, vigilância e proteção do território. “Eles apontaram a necessidade de atualização do PGTA e de reavivar as picadas nos limites da terra indígena, pois foram identificadas invasões no território”, acrescenta Josy Pinheiro.

Na semana seguinte, além dos temas educação ambiental, saneamento básico, manejo de resíduo sólido, captação da água da chuva, sistemas agroflorestais, o papel e o processo formativo dos AAFIs, foi apresentado um painel sobre o uso de novas tecnologias no apoio às ações de gestão do território e o papel da comunicação no movimento indígena. Durante toda oficina, os indígenas refletiam e sistematizaram as informações geradas na oficina, por meio de diferentes linguagens, entre as quais a ilustração que servirá para a organização de cartazes e livros didáticos sobre o manejo dos resíduos sólidos e recursos hídricos. (Comunicação/CPI-Acre)