A Comissão Pró Índio do Acre, se solidariza com toda a comunidade do Museu Nacional e da Universidade Federal do Rio de Janeiro pelo trágico incêndio ocorrido no último dia 2 de setembro. A destruição do acervo histórico e científico composto por 20 milhões de peças representativas do Brasil e de outros lugares do mundo é uma perda irreparável para a memória histórica e de conhecimentos da humanidade.
O ocorrido representa o descaso dos governos que pouco investem em ciência, cultura, arte e educação, pois apesar de sua altíssima importância o Museu Nacional foi afetado pela crise financeira que assola essas áreas de maneira geral e as universidades públicas em especial. Os cortes e redução de orçamento, bem como o atraso nos repasses e os mecanismos para acessar financiamento, aliado com a incompetência de governantes, são fatores que estão apagando a História do nosso país e podem ser apontados como responsáveis pela tragédia no Museu Nacional.
O Museu completaria 200 anos de existência. O vazio que deixa para todos é inestimável. Nessa tragédia se perdeu quase tudo, entre eles o rico acervo de Línguas Indígenas como as gravações de cantos em muitas línguas indígenas datados de 1958. Também o mapa étnico – histórico linguístico de autoria do etnólogo Curt Nimuendaju, de 1945 e referências arqueológicas e etnológicas dos povos indígenas no Brasil, datadas do século XVI.O Estado brasileiro deve ser penalizado por tamanho descaso.
Prestamos nossa solidariedade ao Museu Nacional e a toda comunidade acadêmica e científica, colocamos a Comissão Pró Índio do Acre à disposição para colaborar com a reunião de documentos de povos indígenas no Acre, a fim de construir um novo acervo.
Rio Branco, Acre, 3 de setembro de 2018.