A Comissão Pró Índio do Acre (CPI-Acre) vem manifestar profundo pesar pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips, que foram ameaçados, perseguidos e executados na região do Vale do Javari, Amazonas. Nos solidarizamos com a família de ambos e com os povos indígenas do Vale do Javari que sofrem com esta barbárie.
Bruno e Dom Phillips são vítimas de um país onde mais se mata ambientalista no mundo. Eles lutaram com os povos indígenas numa guerra que do outro lado recebe o incentivo do governo brasileiro. Na Amazônia, atividades ilegais proliferam e tornam as Terras Indígenas e Unidades de Conservação alvos frequente de garimpeiros, pescadores e caçadores ilegais, madeireiros e narcotraficantes.
A TI Vale do Javari juntamente com outros territórios indígenas na fronteira Brasil – Peru, entre os estados do Amazonas e Acre, no Brasil, e os departamentos de Loreto e Ucayali, no Peru, é a região onde há maior concentração de povos em isolamento voluntário no mundo. Trabalhar pela defesa e proteção da Amazônia custou a vida de Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips.
Bruno se licenciou da Funai exatamente para poder continuar seu trabalho ao lado dos povos indígenas, uma vez que o órgão indigenista atua hoje contra a promoção dos direitos indígenas e contra a proteção territorial. Portanto, Bruno e Dom Phillips não estavam em uma aventura, estavam em uma missão pela garantia da vida dos povos do Vale do Javari, do território e da floresta.
A paralisia do governo brasileiro na apuração do caso confirma que a execução de defensores ambientais no país é acompanhada de impunidade. Exigimos que o Estado brasileiro cumpra seu dever de proteger os territórios indígenas e seja feita justiça por Bruno e Dom! As investigações não podem parar e os povos indígenas do Vale do Javari não podem ser abandonados pelo Estado brasileiro!
A quem interessava a morte do indigenista e do jornalista? Quem mandou matar Bruno Pereira e Dom Phillips?