foto: Terri Aquino
Atuando no Monitoramento e Vigilância das Terras Indígenas
O Setor de Geoprocessamento (SEGEO) da CPI-Acre tem como principal objetivo potencializar, por meio de geotecnologias, as ações voltadas para a gestão ambiental e territorial das terras indígenas. Criado inicialmente para produzir mapas dessas terras em apoio às Oficinas de Etnomapeamento realizadas pelo Programa Gestão Territorial e Ambiental, o setor passou nos últimos anos a receber dos demais programas da CPI-Acre demandas de produção cartográfica, quantificação e qualificação de informações geográficas.
No âmbito do Programa de Políticas Públicas e Articulação Regional, o Segeo coleta e sistematiza informações geográficas referentes aos deslocamentos e ameaças aos povos indígenas isolados que vivem na fronteira Acre-Peru, mapeando o que vem sendo chamada de ‘Geografia dos Isolados’ Os mapas e informações produzidos com base em tais dados subsidiam as estratégias indígenas para o monitoramento e proteção desses povos.
Outra ação do Setor é o uso de técnicas de sensoriamento remoto para identificação de áreas alteradas e a realização de análises da situação da cobertura florestal nas terras indígenas e unidades de conservação localizadas no Estado do Acre.
Já no Programa Gestão Territorial e Ambiental, a produção cartográfica do Segeo vem sendo demandada e utilizada pelas comunidades, assim como nos Planos de Gestão de diversas terras indígenas, como Kampa do Rio Amônia, Nukini, Poyanawa, Arara do Rio Bagé, Arara do Igarapé Humaitá, Praia do Carapanã, Kampa do Igarapé Primavera, Kaxinawá do Rio Humaitá, Kaxinawá/Ashaninka do Rio Breu, Kaxinawá do Rio Jordão, Kaxinawá do Baixo Rio Jordão, Kaxinawá do Seringal Independência e a Terra Indígena Mamoadate.
Junto com os agentes Agroflorestais Indígenas (AAFIs) o SEGEO realiza, desde 2015, o mapeamento dos vestígios arqueológicos das terras indígenas que fazem parte do programa de formação de AAFI. O intuito desse trabalho é identificar, sistematizar e agregar informações referentes a esses vestígios e discutir com os AAFIs a importância da gestão do patrimônio arqueológico das terras indígenas.
O SEGEO também contribui para o fortalecimento das estratégias de proteção territorial das comunidades indígenas com processos formativos voltados para as ações de monitoramento e vigilância dos seus territórios. Isso é possível por conta da capacitação técnica dos indígenas em oficinas sobre práticas e utilização de geotecnologias como o GPS e aplicativos desenvolvidos para atender às suas ações.
Além de atender as demandas da própria CPI-Acre, também vem prestando serviços a outras instituições, como a Funai, o Distrito Sanitário de Saúde Indígena do Alto Rio Juruá, as Secretarias de Meio Ambiente e de Educação do Estado do Acre, o Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia (Universidade Federal do Amazonas). São também atendidas organizações peruanas como a Federación Nativa del Rio Madre de Dios y Afluentes (FENAMAD-Peru), Associación de Comunidades Nativas para el Desarrollo Integral de Yurua (ACONADIYSH), entre outras.